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Não empreste dinheiro para o melhor amigo, o cunhado e nem mesmo a sua mãe

Júlia Mendonça

12/06/2019 04h00

Não empresto dinheiro para ninguém! Nem para mãe, nem para amigo e muito menos para cunhado. Antes que pense que sou ingrata ou que não tenho amor ao próximo, vou te mostrar como essa pode ser umas das piores decisões que você pode tomar em sua vida.

Você passa um bom tempo estudando, fazendo planejamento financeiro, economizando cada centavo para que, um belo dia, algum conhecido venha com aquela frase já manjada: "Estou precisando de uma graninha urgente! Tem como quebrar esse galho para mim? Juro que te pago de volta".

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Pronto! Os problemas começaram! A situação é incômoda, pois você fica num dilema: se emprestar, não terá esse dinheiro novamente e, se não emprestar, será considerada a pior pessoa do mundo. Depois do primeiro empréstimo, é quase garantido que muitos outros pedidos virão, muitas desculpas serão ditas e poucos pagamentos acontecerão.

Sem controle financeiro

É preciso entender que, provavelmente, quando alguém pede emprestado para você é porque ela não tem controle das próprias finanças, não tem mais condições de fazer empréstimos nos bancos e se meteu em alguma furada, pois está precisando de dinheiro novamente.

Isso já aconteceu diversas vezes comigo. Acreditei que emprestando uma grana estaria fazendo uma boa ação, porém, quando não recebi nada e precisei pedir pelos pagamentos, a situação ficou muito incômoda. Nos encontros com amigos e nas festas de família, o clima sempre ficava bastante desagradável.

Resultado é o mesmo

Essa situação é comum, e o resultado é quase sempre o mesmo: tanto a amizade quanto o dinheiro são perdidos. E o pior: quem empresta o dinheiro e resolve cobrar o valor de volta fica com fama de egoísta, pois não pensa nas dificuldades de quem pediu emprestado.

A solução para evitar esse tipo de situação é avaliar qual a finalidade desse empréstimo. Se a pessoa está pedindo dinheiro para comprar algo supérfluo ou cobrir gastos descontrolados, não ajude.

Dê o valor

Caso seja uma situação grave como um problema de saúde ou uma possibilidade de melhoria de vida, como um curso profissionalizante, eu dou o valor necessário. Deixo bem claro que é uma doação e que não espero nada de volta.

Não sou maluca. Entenda o seguinte: se é uma pessoa de boa índole, que te respeita e te quer bem, ela vai fazer questão de devolver esse dinheiro, nem que seja um valor mínimo por mês.

Considere como valor perdido

Caso a grana não retorne, pelo menos não ficará ansioso sem seu pagamento ou em perder a amizade. Considerar esse valor como perdido desde o início alivia bastante a situação.

Não existe a necessidade de você doar todo o dinheiro pedido. Às vezes uma pequena quantia já é suficiente e não passará a imagem de que é pão-duro por não querer emprestar.

Cuide de você primeiro

Se no momento você não tem condições financeiras para auxiliar, não entre numa dívida para tentar ajudar outras pessoas.

Acredito e prego que o dinheiro deve ser usado somente para trazer o bem da sua família e daqueles que estão ao seu redor. Evite ao máximo situações envolvendo as finanças, pois elas podem resultar em conflitos enormes.

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Sobre a autora

Júlia Mendonça é formada em comércio exterior pela Universidade Positivo. Atuou como planejadora financeira entre 2015 e 2018. Especialista em orientação e planejamento financeiro pessoal, é coach e consultora de finanças, pós-graduada em investimentos, finanças e banking. É influenciadora digital no nicho de finanças e investimentos em um dos maiores canais do assunto na área do Brasil.

Sobre o Blog

Dinheiro, finanças e investimentos de um jeito fácil e muito prático. O Descomplique vai fazer com que sobre grana no teu mês (e não o contrário!). Com linguagem simples e sem esconder as armadilhas do dia a dia que te deixam no vermelho, aqui você vai aprender a cuidar melhor do teu dinheiro e fazer com que ele trabalhe para você.