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Dinheiro para emergência: como juntar uma grana e onde guardar

Júlia Mendonça

12/08/2019 04h00

A reserva de emergência, também chamada de colchão de segurança, é um dos investimentos mais importantes que você deve fazer com seu dinheiro. É por meio dela que irá sustentar seus gastos nos momentos mais complicados, pagar quando houver imprevistos e evitar endividamentos. Neste artigo mostrarei como montar a sua reserva de emergência, escolher quais os melhores investimentos para ela e quando deve-se utilizá-la.

O primeiro passo para montar sua reserva de emergência também é o jeito mais simples para começar a cuidar do seu dinheiro: fazer um planejamento financeiro. Somente por meio dele você vai saber qual o valor mensal para manter seu padrão de vida.

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Quais são os seus gastos?

Liste todos os seus gastos – moradia, educação, saúde, dívidas, refeições, enfim, tudo o que gasta no mês. Planejamento financeiro e reserva de emergência têm tudo a ver, porque a reserva deverá ser suficiente para sustentar seu padrão de vida caso você fique sem salário por um tempo ou ele diminua.

Sabendo o quanto gasta por mês, o valor total do seu colchão de segurança deve ser igual a três, seis ou 12 meses dos seus gastos mensais. Essa quantidade de meses varia conforme a estabilidade do seu emprego.

Como calcular esse valor

Quanto mais instável, maior deve ser o dinheiro investido. Um funcionário público pode ficar tranquilo com um valor equivalente a três meses dos gastos mensais, enquanto um vendedor que trabalha por comissão deve reservar pelo menos nove meses do seu custo de vida, tendo em vista que nem sempre os ganhos são iguais, e assim pode necessitar recorrer à reserva algumas vezes por ano.

Se você ganha R$ 5.000 por mês, e os custos essenciais para manter seu padrão de vida são de R$ 2.000 todos os meses, para montar um colchão de segurança para três meses, basta multiplicar três vezes R$ 2.000 resultando em R$ 6.000. Se for seis meses, será seis vezes R$ 2.000, resultando em R$ 12 mil,  e assim por diante.

Tipos de aplicações

Esse dinheiro deve ser investido em aplicações que tenham alta liquidez, ou seja, aquelas em que você consegue resgatar sua grana rapidamente. Seu investimento também deve ter baixa volatilidade, que significa pouca variação de valor de um dia para outro.

Não são todos os investimentos que servem para esse fim. Os mais adequados para a reserva são a poupança, o Tesouro Selic, os CDBs de liquidez diária e alguns fundos de renda fixa.

A poupança rende menos que o Tesouro Selic e os CDBs, porém aconselho que deixe pelo menos um mês dos seus gastos mensais nela mesmo. A intenção do seu colchão de segurança não é ter uma rentabilidade extraordinária, mas sim deixar seu dinheiro rapidamente acessível.

No Tesouro Selic e em vários CDBs de liquidez diária, pode demorar até um dia útil para o dinheiro cair na sua mão. Se pedir o resgate em um final de semana ou feriado, terá que esperar o próximo dia útil para receber esse valor.

Quando utilizá-la

Um dos maiores erros que as pessoas cometem com a reserva é utilizá-la nas horas erradas. Veem uma roupa em promoção, uma viagem e querem usar esse dinheiro para pagar isso. Isso não é emergência!

A reserva deve ser usada para suportar quando tiver problemas de saúde, na sua casa ou uma emergência com seu carro. Fora isso, não há desculpa para usar esse dinheiro. Caso seja necessário acionar seu colchão de segurança, sua prioridade deve ser repor esse valor nos próximos meses.

Dívidas ou reserva?

Para quem tem dívidas, o foco deve ser pagá-las ou fazer a reserva de emergência? É importante, sim, você começar a montar seu colchão de segurança hoje mesmo. Imprevistos não têm hora nem dia para acontecer.

O cuidado que você tem que ter nesse caso é acabar com as dívidas de juros altos antes de montar a reserva. Se está no rotativo do cartão ou cheque especial, tem que priorizar isso. Se já pagou essas dívidas caras, mas ainda tem outras, pode separar o dinheiro do mês em dois: uma parte para pagar as dívidas e outra para montar sua reserva.

Você já tem uma reserva de emergência montada? Precisou recorrer a ela em alguma vez? Conte aqui abaixo ou no meu canal de Youtube e Instagram qual foi essa situação.

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UOL Notícias

Sobre a autora

Júlia Mendonça é formada em comércio exterior pela Universidade Positivo. Atuou como planejadora financeira entre 2015 e 2018. Especialista em orientação e planejamento financeiro pessoal, é coach e consultora de finanças, pós-graduada em investimentos, finanças e banking. É influenciadora digital no nicho de finanças e investimentos em um dos maiores canais do assunto na área do Brasil.

Sobre o Blog

Dinheiro, finanças e investimentos de um jeito fácil e muito prático. O Descomplique vai fazer com que sobre grana no teu mês (e não o contrário!). Com linguagem simples e sem esconder as armadilhas do dia a dia que te deixam no vermelho, aqui você vai aprender a cuidar melhor do teu dinheiro e fazer com que ele trabalhe para você.