Pare de perder dinheiro com título de capitalização
Muita gente acredita que os títulos de capitalização são um "negócio da China". Você se propõe a pagar ao banco uma espécie de poupança e concorre a boladas semanais ou mensais. Caso não ganhe nada, recebe todo o dinheiro corrigido de volta. Parece uma proposta encantadora quando sai da boca de seu gerente, mas há algumas armadilhas que a tornam uma péssima escolha para seu bolso.
Quando você paga por um título de capitalização, seu dinheiro é dividido em três partes.
Uma parte é destinada à taxa de participação nos sorteios. Isso significa que o dinheiro dos prêmios não provém do banco, mas dos próprios clientes. E, como você já deve ter concluído, é preciso que muitas pessoas percam para que poucas ganhem.
A segunda parte do dinheiro cobre a taxa de administração do banco.
Com estas duas fatias retiradas, finalmente chegamos à grana que sobra para gerar rentabilidade. Sim, senhores: os ganhos saem desta pequena parcela, e não do valor total aplicado. E é neste momento que o título de capitalização se revela um abacaxi.
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Contrariando aquela conversa de que um título proporciona ganhos maiores que os da poupança –o que não é impossível, mas raro–, o seu rendimento meramente repõe a soma gasta com as taxas de administração e a participação nos sorteios. Assim, o cliente recebe de volta o mesmo valor investido ou corrigido por, no mínimo, 20% do rendimento da poupança.
Imagine que você aplicou R$ 1.000 em um título que dura três anos. No final desse período, você pode receber seu "investimento" corrigido pela inflação ou simplesmente resgatar a mesma soma inicial. Na segunda situação, você perde dinheiro, considerando que os R$ 1.000 de três anos atrás não têm o mesmo valor hoje por conta da inflação.
Outra coisa que seu gerente esquece de citar está relacionada ao resgate do dinheiro. Geralmente, os bancos exigem uma carência de 12 meses para que o cliente possa colocar as mãos em sua grana. Se você precisar da soma antes do prazo de vencimento do título, será penalizado e receberá apenas parte do capital.
Está no cheque especial ou no rotativo do cartão e espera ganhar no sorteio da capitalização para resolver sua vida? Salve-se quem puder! Você não só está perdendo dinheiro com os juros cobrados pelo banco, como está deixando de gerar grana com os títulos.
"Ah, mas e se eu estiver disposto a correr o risco e me der bem?" Vamos devagar por aí. Na difícil possibilidade de você obter ganhos expressivos, é preciso pagar uma alíquota de 20% de Imposto de Renda sobre o rendimento. E, na ainda mais difícil chance de faturar a bolada, a alíquota pula para 25% sobre o prêmio.
Está convencido do mal negócio que fez? Confira as regras de seu título. Às vezes, vale mais a pena parar de pagar os títulos de capitalização e ter um pequeno desconto em cima do que já investiu do que persistir até o vencimento.
E, se você quer se "forçar" a poupar um pouco todo mês, há uma alternativa muito mais vantajosa: a aplicação automática do Tesouro Direto. Você pode investir em títulos do Tesouro por meio do seu banco ou de uma corretora. E basta programar uma aplicação automática para o início de cada mês. É fácil, mas, se tiver dificuldades, peça a ajuda de seu gerente. As vantagens serão inúmeras: seu dinheiro renderá muito mais, o desconto de taxas será menor e você poderá retirar sua grana no momento em que desejar.
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