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Acabou o dinheiro! O que eu faço para pagar as contas?

Júlia Mendonça

15/04/2020 04h00

A crise chegou de repente e já deixou muita gente desesperada com a falta de dinheiro. Não são poucos os casos de pessoas que já estão precisando deixar de pagar contas para sobreviver. O que fazer nesse caso? Separei as principais medidas, caso isso esteja acontecendo com você.

Comece fazendo um planejamento financeiro, mas este não será um planejamento comum. É um para sobrevivência, e a prioridade dele é sua moradia, alimentação e saúde –logicamente, não ignorando todas as suas obrigações.

Veja também:

Quais são seus gastos?

O primeiro passo é descobrir quais são os gastos essenciais que tem, como água, luz, financiamento do imóvel, mensalidade de escola, etc. Ou seja, tudo aquilo que você precisa pagar mensalmente para conseguir manter seu padrão de vida.

Na sequência, será necessário ver quais são seus gastos variáveis, como lazer, roupas, viagens, saidinhas, etc. Esses precisarão ser cortados da sua vida e é bem provável que naturalmente isso já tenha ocorrido. Afinal, ficando em casa, vários desses gastos já saíram de seu dia a dia. Não vou me estender com o planejamento, pois há alguns dias fiz um post bastante completo e você pode conferir no link acima.

Renda extra

O próximo passo é arrumar formas para conseguir mais dinheiro. Sei que não é fácil enxergar uma opção para isso, mas existem diversas opções, como fazer máscaras de pano para vender, fazer marmitas em casa e vender para os vizinhos, ou dar aulas particulares pela internet. Dedique-se a conseguir, com sua renda extra, no mínimo um valor que dê para pagar uma conta fixa que tenha por mês.

Medidas emergenciais

Se perceber que o dinheiro não vai ser suficiente para continuar pagando tudo, procure pelas medidas que o governo está ofertando. Uma delas é a transferência do Fundo PIS/Pasep para o FGTS e saque do mesmo no valor máximo de R$ 1.045 por conta, sendo ativa ou inativa. Essa medida começará em junho de 2020.

Outra medida é o auxílio emergencial de R$ 600 por mês pelo período de três meses. Podem receber esse valor os trabalhadores informais, que têm uma renda familiar mensal por membro da família de até R$ 522,50, ou renda total de R$ 3.1235, quem é MEI, contribui para a Previdência Social e está inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. Esse valor poderá ser pago para até duas pessoas da mesma família.

Os grandes bancos estão fazendo uma pausa de cobrança de 60 a 90 dias para financiamentos imobiliários, de veículo e para alguns empréstimos. Vale a pena se informar sobre como isso será feito e cobrado posteriormente.

Todas essas medidas mencionadas aqui servem para quem realmente percebeu que não terá condições de manter as contas da casa em dia.

Último caso: empréstimo

Se nada disso for suficiente, procure um empréstimo. O ideal é que esse empréstimo seja o menor possível e já contemple os próximos meses de gastos. Por isso, volte ao planejamento e faça essa conta.

Procure os empréstimos com taxas de juros mais baixas possíveis. Os mais baixos são os refinanciamentos de casa e imóvel, mas fique ligado, pois, se não pagar as parcelas, você pode perder o bem.

O empréstimo consignado tem taxas um pouco mais altas. Aquele que você pega com o gerente é mais caro. O cheque especial e o rotativo do cartão de crédito têm juros muito mais altos que esses empréstimos, por isso o empréstimo é mais vantajoso.

Se, mesmo assim, o dinheiro não for suficiente para pagar todas as contas, escolha os gastos estritamente necessários, como alimentação, saúde e moradia. Os governos estão buscando alternativas para que a população tenha pelo menos o básico possível para a sobrevivência nos próximos meses, e, por exemplo, proibindo cortes na luz e água ou criando medidas para evitar o despejo de inquilinos inadimplentes.

Vale a pena ficar de olho nos noticiários e fazer ajustes no seu orçamento desde agora. Não deixe a situação piorar para buscar ajuda. Esse tipo de atitude vai pesar muito no seu bolso e vai trazer muita dor de cabeça a você.

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Sobre a autora

Júlia Mendonça é formada em comércio exterior pela Universidade Positivo. Atuou como planejadora financeira entre 2015 e 2018. Especialista em orientação e planejamento financeiro pessoal, é coach e consultora de finanças, pós-graduada em investimentos, finanças e banking. É influenciadora digital no nicho de finanças e investimentos em um dos maiores canais do assunto na área do Brasil.

Sobre o Blog

Dinheiro, finanças e investimentos de um jeito fácil e muito prático. O Descomplique vai fazer com que sobre grana no teu mês (e não o contrário!). Com linguagem simples e sem esconder as armadilhas do dia a dia que te deixam no vermelho, aqui você vai aprender a cuidar melhor do teu dinheiro e fazer com que ele trabalhe para você.


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