Ainda vale a pena investir no Tesouro Direto com as taxas baixas?
Júlia Mendonça
02/04/2020 04h00
Tesouro Direto é um dos investimentos mais populares que temos hoje. A partir de R$ 35 é possível fazer sua primeira aplicação e investir para sua aposentadoria. Apesar de todas as facilidades, a rentabilidade do Tesouro Direto caiu muito nos últimos anos. Devido a essa queda, muitos investidores têm questionado se ainda vale a pena aplicar nos títulos do governo.
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional do Brasil que permite aos pequenos investidores fácil acesso aos títulos públicos federais. Esses títulos são o investimento mais seguro do Brasil hoje.
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Rentabilidade
Fato é que a rentabilidade dos títulos do Tesouro Direto caiu muito de 2016 até hoje. O Tesouro Selic está rendendo 3. 75% ao ano, o Tesouro IPCA está em torno de 4% ao ano e o Tesouro Prefixado varia entre 5.69 e 7.99% ao ano. No ano de 2016, o Tesouro Selic rendia acima de 14% ao ano, o Tesouro IPCA batia 7.8% ao ano e a taxa do Tesouro Prefixado era mais de 16% ao ano.
Olhando só por esse lado, muitas pessoas descartam o Tesouro Direto como opção viável de investimento, porém quando você analisa a segurança dos títulos e seus objetivos, é fácil perceber que eles ainda devem fazer parte de uma carteira diversificada.
Cada título tem uma especificação, um objetivo diferente um do outro, fazendo com que dessa forma seja possível ter cada um desses três ativos na sua carteira como uma boa forma de complemento. Ter cada um desses três ativos na sua estratégia faz bastante sentido.
Cada um com seu objetivo
O Tesouro Selic é indicado para quem deseja guardar dinheiro para curto prazo, como fazer uma viagem no final do ano, trocar de carro daqui 2 anos ou, é claro, construir a reserva de emergência. Esse investimento vai render exatamente o quanto a taxa Selic está rendendo. Ou seja, se essa taxa subir ou descer, esse título vai acompanhar o movimento.
O Tesouro IPCA foi feito para investimentos pensados para o longo prazo, como comprar uma casa daqui 10 anos ou até mesmo a aposentadoria. Ele rende o valor do IPCA, que é o índice brasileiro oficial de inflação ou deflação, mais um valor fixo acima da inflação. Ele também seguirá cada movimento desse índice, porém sempre irá fazer com que seu dinheiro não perca o valor.
O Tesouro Prefixado é o único investimento do tesouro direto em que você sabe quanto seu dinheiro vai render durante toda a duração dele. É indicado para objetivos de médio prazo e quando é necessário fixar uma taxa de juros.
Uma boa opção
Todos os investimentos seguem a regra: quanto menor o risco, menor a possibilidade de lucros. O Tesouro Direto não foge disso. É uma aplicação extremamente conservadora que dificilmente trará grandes retornos ao investidor. Porém, deve fazer parte de uma carteira bem diversificada junto de ativos que podem trazer mais retorno, como ações, fundos imobiliários, fundos multimercado.
O Tesouro Direto também serve de porta de entrada para todos que desejam iniciar nos investimentos. Seguindo as orientações quanto aos objetivos de cada título, é muito fácil o investidor iniciante escolher aquele que vai trazer mais rentabilidade e segurança para a carteira.
Longe de ser uma opção que deve ser descartada, o Tesouro Direto, por todas essas características, ainda deve estrelar na carteira de quem procura segurança no longo prazo. Diversificando o Tesouro com outras aplicações, aliamos segurança e rentabilidade.
Sobre a autora
Júlia Mendonça é formada em comércio exterior pela Universidade Positivo. Atuou como planejadora financeira entre 2015 e 2018. Especialista em orientação e planejamento financeiro pessoal, é coach e consultora de finanças, pós-graduada em investimentos, finanças e banking. É influenciadora digital no nicho de finanças e investimentos em um dos maiores canais do assunto na área do Brasil.
Sobre o Blog
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